26.11.09

song 1

I'll be the one who stands beside you in the photograph
I'll be the one that's in your water when you want me there
I'll be the one you're falling over every time you laugh
and you say shut up, shut up, every time I say

I'll be the one who keeps you guessing, who swears a lot
I'll be the one that let your colour in the white wash
You'll be the one that knocks the man out I was beating up
and you say shut up, shut up, every time I say it

(Mark Owen - Makin' Out)

Needless to say.

24.11.09

meu livro / egoísmo

Será egoísmo
pensar em mim
e você no leito?

não me vejo em um enterro
não ainda
não agora

não há lágrimas
não há choro
I'm numb
(Só o inglês me vale nesse momento.)
Anestesia não me cabe

Não sinto nada.

Nenhum passarinho morreu
nem gato, nem cachorro
Será minha vez?
Será egoísmo?
Pelo menos um tem que viver
Para eu escrever meu livro

Será egoísmo?
pensar em mim
e você no leito

Seria eu insensível?
Será desespero se manifestando pelos vícios?
São dois por vez
Um atrás do outro
Um acaba o outro vive
Até eu acabar o meu conto.

Não me vejo em cemitério
Nunca fui a um funeral
Não há morte tão perto

Não choro
Não grito
I'm numb
Só o inglês me cabe agora
O inglês e o vício

Pelo menos um tem que viver
Para eu escrever o meu livro
Será egoísmo?

23.11.09

páginas por horas

Mais um dia ao léu. Pequenas tarefas sendo feitas, mas sem muitos compromissos. Me assusto comigo mesma. Ora, só faltam mais 200 páginas. E mais 200 acompanhantes. É rápido, é indolor. Na verdade, é até prazeroso. Então o que me falta?

Talvez horas. Definitivamente horas.

Falta-me horas para ser tudo que preciso/quero ser.

20.11.09

calmo & límpido

Tento me lembrar todo dia que estou começando tudo de novo. Com pessoas que estão começando tudo pela primeira vez. Que já tiveram alguns meses, ou 2 ou 3 semestres de início. Me sinto à margem rasa, boiando em água calma e límpida. E vendo todos os outros embaixo, no fundo, tentando subir e nadando contra uma corrente que vai de cima para baixo.

Lembro que não sei boiar e vira-e-mexe bebo um pouco d'água, sem vontade. Até lembrar que ainda estou nadando no raso, em água calma e límpida.

Já tentei ajudá-los a subir. Mas parecem brincar na correnteza de cima para baixo que não afoga, mas não os deixam ver a beleza que é olhar daqui de cima, boiando em água clara e tranquila.

Lembro-me do agonizante Mito da Caverna. Já não aguento mais lê-lo e falar sobre ele. Me sinto como uma filósofa. Como quem vê a luz. De fato. Eu vejo a luz, boiando em água calma e límpida, no raso.

E bebendo água para matar minha sede.

17.11.09

Altas

Quero altas, por favor.
Uma pausa. Quero ver as pessoas em câmera lenta como na tela do cinema.
Eu me mover como uma Deusa. Enquanto meus servos, aos embalos da lerdeza se movem e eu observo. Tudo a minha volta se mexendo muito lentamente, enquanto eu paro e procuro padrões.

Quero altas.
Quero pausar.
Não quero mais câmera lenta.
Quero tudo parado e só eu me mexendo.
Como Deusa.

Quero estudar em altas. Quero dormir em altas. E deixá-los acordar depois de algumas horas. Horas minhas de emoção. Horas minhas de ser tudo e nada. Horas minhas do fim do mundo. Quero ver o fim do mundo e voltar para avisar.

Quero altas. Quando foi que a vida deixou de ser uma grande brincadeira para ser um jogo de vida ou morte?

15.11.09

mamulenga

Já imagino de antimão. Uma parede. Verde. Não, branca. Enfeitada com milhões de cartões postais, imagens de revistas, desenhos, adesivos. Não, enfeitada com milhões de post it, páginas impressas e com a luz de um retroprojetor. A parede conta histórias. Minhas histórias. Minha família. A história do alfa. À direita encontra-se jogada ao chão uma escritora iniciante. Ela está deitada. Pés apontados para a parede decorada. Cabelos esvoçados, como se passasse pelo meio de uma ventania, mas não há vento naquele quarto fechado. Há uma fumaça exalada da boca dela. Cabeça apoiada, deitada em um travesseiro grosso, grande e quadrado, decorado com uma fronha com aparência velha, ou melhor, retrô, elevando seu corpo a uma posicões de 45º, se posso então chutar. Ela está em perfeitas condições de ver a decoração que armara na parede. No quarto fechado há móveis. Mas eles foram excluídos da visão, da tradução, para deixar a coisa mais hollywoodiana. Mas têm. Ela não sabe por onde começar a organizações dos fatos. Não é um bloqueio criativo. É um bloqueio organizacional, de uma mente que não permite exagerada arrumação. É um defeito próprio mental dela e de sua never ending bagunça organizada.

Ela lembra quando ela foi começar e como ela não sabia como colher as informações. Mas o velho foi levando-a em um passeio de barco em águas sempre calmas, mesmo quando manchadas de sangue ou lama. E tudo foi escrevendo-se por si só. Cronologias, histórias, pensamento, críticas da autora. Os pontos de vista dela. "Será que foi o velho que escreveu tudo isso?" - se indaga a escritora iniciante. "Eu nunca conseguirei terminar esse livro.", "como pude pensar em mim, como escritora?" - pensamentos pessimistas de autores iniciantes normais. E ela se toca e vê sua cena como vos conto. Ela deitada, em seu último trago do cigarro, olhando para a parede decorada, em um quarto fechado que tem móveis, mas eles não contam.

Ela é agora sua personagem, sua mamulenga. E a mamulenga diz: "eu consigo". E se derrama no chão enquanto a escritora iniciante apaga o cigarro e sai para fazer um chá.

13.11.09

cat.artse

catarse
ca.tar.se
sf (gr kátharsis) 1 Purgação. 2 Purificação. 3 Psicol e Med Método de purificação mental que consiste em revocar à consciência os estados afetivos recalcados, para aliviar o doente dos desarranjos físicos e mentais oriundos do recalcamento. (Michaelis)

Em outras palavras (minhas) uma série de ups and downs de um dia de mais de 30 horas (o unibanco fica para trás). Felicidades e tristezas misturadas em sentimentos de desesperos e alívios. E costuma terminar no alívio, na catarse. Continue assim. Mude as experiências. Mude os acontecimentos. Mude a história. Me deixa escrever outra história. O meu livro, algumas provas.

Muda, volta. Quero alívios pequenos, sem coração acelerado, sem lágrimas contidas, sem me mostrar forte nos momentos em que quero simplesmente cair, dormir, deixar acontecer. Quero e não quero. Quero ser suas rodinhas traseiras de bicicleta, até você não precisar mais e me jogar fora. Por favor, me joga fora. Me usa só quando quiser.

Take me back from the start.

12.11.09

Il était une fois...

Um mundo que revive. Revive e grita. É a volta de um discurso pessoal, o chamado monólogo. Quando a mente volta a sintonizar, eu a derrubo com palavras de vários outros. Não sou um canal de televisão. Sou uma outra dimensão organizada na minha desorganização. Uma mente abstrata e concreta. Sou cheia de contrários.

Volto, mas não volto eu. Volto como novidade. Como peculiaridade de uma nova época. De um novo vocabulário, com mais um idioma. Com mais diálogos mentais, com menos travessões, com menos imaginação viajante (less wandering) e mais confusões mentais causadas por outros e outras.

São as novas informações fazendo efeito. Aos poucos... aos muitos. São muitas idéias ao mesmo tempo.

Tentarei acompanhar-me.