30.6.06

Monólogo Inventado: ...do desespero.

Mãe, será que é a gente? Será que a gente erra tanto? Será que a gente que tá errada por não viver tanto o futuro? Será que a culpa é nossa? Será que você vai viver o resto dos seus dias só comigo? E será que terei que ocupar minha futura filha(o) da mesma escolha que você fez pra mim? Será que ninguém nos entende? Será que a gente errou muito na vida passada? Será que somos insuportáveis? Será que somos feias por dentro? Será que vamos ficar sozinhas? Mãe, mãe, por favor, não me abandona. Eu preciso de você. E independente do que eles dizem de nós e do que eles poderiam comentar: somos estrelas, eu e tu. Brilhantes que ficam no maior degrau da escada e, mesmo longe, cegamos mais que qualquer outra mais perto. Mãe, mãe, eu não vou a canto algum. Eu volto. Eu volto pra casa.

Vovô, não me deixa nunca, por favor.

(Que o nunca seja um dia bem bem distante de hoje).

9.6.06

Fragmentos I

Agora a moral não mais reside em cabides...
Falta continuar. Mas é que veio só isso na cabeça de uma vez, do nada. Deve significar alguma coisa.

30.5.06

Máquina do Tempo

Aconteceu assim. O chiclete caiu no chão. A menina que eu odiava pega, abre e coloca-o na boca.

- Ei, me devolve!
- Achado não é roubado!

E eu não lembro o que eu fiz. Mas não fiz nada. Falei com a professora e ela fez a menina me devolver o chiclete. Só que ao invés de me dar um bubbaloo de volta, a vaca me deu um chiclete adams.


E se tivesse sido assim:

O chiclete cai no chão. A menina pega, abre e coloca-o na boca.

- Ow, devolve!
- Achado não é roubado!
- Que idiota. Quer saber? Fica com ele! Acho que você precisa mais dele do que eu nessa sua vidinha infeliz. E cuidado pra não engasgar, tá?

Se tivesse sido assim. Eu não seria eu agora. E eu não sei como eu seria, mas eu adoraria descobrir. Pena que não dá. Muita coisa pra pensar, pra ponderar. Enfim.

°

Agora ela deve estar gorda e feia. Assim como as outras garotas que me encheram o saco no decorrer da minha infância. Minha fala mais legal, como meus amigos e amigas a conhecem, rindo, do jeito que eu faço e não sei descrever:

- Se fudeu!

21.5.06

Formiga... atômica?

Hoje eu matei uma formiga. Uma das várias que aparece no meu quarto. O que eu posso fazer? Casa é assim mesmo.

A matei no banheiro. E ela se remexeu e remexeu, tentando se levantar por muito tempo. E de repente, sabe-se lá da onde, ela dá um pulo. Um pulo de 10 cm de distância do chão. Acredite se quiser.

Ainda bem que ela morreu, senão ela poderia contar essa descoberta da catapulta própria pras outras formigas e fazer da nossa vida um inferno. Ou melhor, um formigueiro.

19.5.06

Trilha

Você saiu por aquela porta e uma parte do meu coração te perseguiu gritando "volta!". Mas o som era fraco, era mudo. Você continuou andando na direção contrária a mim, com o pedaço do meu coração grudado aos seus pés, se despedaçando cada vez mais, a cada passo, a cada centímetro a mais de distância. A cada passo pedaços pequenos caíam com força no chão. E dói.

Não assuma que ele é um pobre burro coração apaixonado. Na verdade, ele é muito esperto. Ele me deixou uma trilha para chegar até você. E a cada passo meu, eu vou juntando os pedaços, que se encaixam como imã. O imã mais perfeito de todos.

No fim, minhas costas reclamam, perguntam que culpa tem elas. Mas o coração não ouve, feliz que só. Na sua mão.

12.5.06

Desabafo

Finalmente. Blog todo feito. E funcionando!

Fantástico!

Pizzaiolos

Por que os pizzaiolos lembram tanto o Papai Noel?

O Papai Noel é Italiano?
(Porque os pizzaiolos são ou lembram italianos)

Será que o Papai Noel vai dar de presente a Taça da Copa do Mundo para os italianos, para a Itália? Nah*... nem tá perto do Natal. Mas se a Copa do Mundo fosse no fim do ano, com certeza a vitória era da Itália.

* Nah = não.

8.5.06

Diálogo Inventado 2

- Ei, ei, menina! Você tá muito mal vestida, sabia?
- Você é um estilista famoso?
- Não, mas...
- Você faz moda?
- Não.
- Você é gay?
- Não. Mas pelo menos tenho noção do que usar, coisa que você não tem.
- Olha, quando você tiver alguma propriedade pra falar alguma coisa sobre isso, você me procura tá?

Ela sai.

- And lose that stupid hat!

26.4.06

Diálogo Inventado

- É melhor você ir, senão você vai se atrasar para sua aula.
- Você não quer me ver?


PAM

Para tudo. Como assim? Eu quero ver e, sim, ela quer me ver. Só tá preocupada comigo. Resposta errada. Vamos de novo.

- É melhor você ir, senão você vai se atrasar para sua aula.
- Eu vou te esperar porque eu quero te ver.
- Mas você vai se atrasar.
- Se demorar muito eu vou, daí depois eu volto. Mas eu vou esperar o máximo, porque preciso de um abraço teu.
- Tá bom então.


PAM

Resposta errada dela. Seria melhor se ela dissesse: "Oh, meu amor, também quero um abraço teu". E eu falaria "te amo". E ela falaria "te amo" e "até mais".

- Beijo.
- Beijo.
- Tchau.
- Tchau.

22.4.06

Pivete do Rio de Janeiro

Lá estou eu, saindo de algum túnel, metrô, o que seja, no Rio de Janeiro. Uma menina que eu não conhecia me abraçava e dava em cima de mim, enquanto outras me olhavam com desprezo e outras ainda me olhavam com curiosidade e interesse. Mas isso não é importante.

A gente estava saindo, pessoas coloridas e fashion. Do tipo que ainda não vi no Rio de Janeiro efetivamente. Mas elas estavam lá.

Aparece um garoto. Da nossa pouca altura. Da altura delas, pelo menos. De relance, parecia mais um do grupo, mas depois notei que ele tava roubando celulares. Ele com uns 10 bonés na cabeça, uma mochila, uma bermuda e uma camiseta. Muito bom furtador, mas eu o vi. Tirei os bonés da cabeça dele. Ele ficou puto e veio me roubar. Segurei as mãos dele e ele mesmo assim conseguia mexer nos meus bolsos, tirando alguns papéis quadrados e dobrados com detalhes que eu não podia perder. Eu pedia, "não, deixa os papéis aí, eu preciso deles, por favor!". Mas ele não devolvia. Ele pegou no meu celular e eu segurei mais forte a mão dele. Até que dei uma joelhada no saco dele. Ele saiu correndo. Deixando pra trás os papéis quadrados no chão, a mochila dele, os bonés que saíram da cabeça dele e meu celular - esse ele não conseguiu tirar da minha cintura.

Cheguei no Hotel, com a ajuda dos papéis quadrados (eu disse que eles eram importantes), abri a mochila. Vários e vários celulares. Pensei: devo devolver, mas não posso devolver assim, podem pensar que é um seqüestro, que é armação. No meio tempo, ninguém ligava pra saber do celular. Basicamente, tinham desistido. Pensei de novo: vou ligar pra polícia e vou contar o que aconteceu. Não vou entregar os celulares, porque eles nunca vão chegar aos donos. Eu mesmo quero devolver em mãos. E quero alguém pra me defender do lado. Algum policial de preferência (por mais que eu não confie tanto em policiais).

Enfim consegui conversar com um policial ou arrumar um jeito, não lembro exatamente. Liguei para a 'casa' de um dos donos dos celulares.

- Olha seguinte, isso não é um trote. Eu consegui pegar a mochila de um pivete que tava tentando me assaltar e tava cheio de celular. E um deles é esse. Eu não tenho idéia de quem é o dono, mas gostaria de devolver. Se você se sentir melhor, pode vim com polícia ou algo assim, só pra você ter certeza que não é trote. Eu te encontro na delegacia de polícia da rua tal.

Eu só queria provar que existe gente boa no mundo. Porque eu poderia ficar com todos os celulares.

Os cigarros que encontrei: um Carlton Mint e outros de uma marca que nunca vi na vida (porque elas não existem). O Carlton eu peguei e peguei um maço da outra marca pra experimentar, exatamente porque nunca tinha visto . Mas fui pro lugar marcado com a mochila, o celular na mão e perguntei se havia mais coisa que fosse da pessoa. Com honestidade, sejam honestos como eu estou sendo.

É. Só em sonho pra haver tanta honestidade assim. Mas se eu encontrasse tal bolsa, eu devolveria os celulares na vida real também.

12.4.06

aula de canto

vivir per te
per te amar
per te morir
morir per te


Vamos dizer que eu pare de tentar aprender a cantar. Deixa eu fingir seguir um pouco meu estilo que eu mal sei qual é.

Aí eu tou lá no palco, com a guitarra na mão tocando uma mistura de pop rock, com rock alternativo, electro-clash, drum 'n bass, tudo junto. Eu e meu cigarro. Minha guitarra cor grafite, com detalhes verde-limão. Um verde meio amarelo.

Essa cor:

E a alça verde também. Mesma cor. Tudo por encomenda: é que rockstar tem muito dinheiro. Cabelo preto, corte mais louco que você puder imaginar, nada tipo anos 80. Não, ele é style. Maquiagem carregada. Sombra preta, bem forte. Meu olho azul quase foge de mim. Vários garotos e garotas gritando. Não para mim - eu nunca acho que é para mim. Mas a prepotência agora vai dizer: para mim. As garotas, principalmente, gritando, precisando de mim, da minha guitarra, meu som. O que eu canto é back vocal e faz o maior sucesso.

A música começa assim: só com voz. Meio falado, meio cantado e eu: back vocal. O primeiro toque que estremece as cordas da guitarra é quase mágico. Chocante! Algo tipo Placebo, Franz Ferdinand, Prodigy, Kaiser Chiefs, Natalie Imbruglia (a Lafourcade também), Meredith Brooks... tudo junto. E sabe o que eu dou de presente para todos os pagantes do show? Uma palheta minha personalizada. Ok, ok, nossa. Nossa banda, minha banda.

Momento zen. Sentamos com nossos instrumentos. A batera se arranja com um tamborzinho. Coca-cola, cerveja, cigarro, rodinha de "violão" - violão, guitarra, baixo e o tamborzinho - ao vivo. Sensação.

No fim: cigarro e cerveja pra comemorar. Claro, alguns fotógrafos, jornalistas e fãs atendidos da melhor forma possível. Depois: amigos, namoradas e/ou namorados (sim, a banda é só de mulher). Hora de sair e comemorar com um bom jantar e dança, muita dança. Assim, com o tempo, nem vão reparar qualquer cabelo branco. 'Cause I'll be a rockstar. A guitar player, not a singer.

ps¹. cigarros acesos com zippo.
ps². quem sabe um dia eu não viro lead singer? e a banda? sou eu.

10.4.06

Começo

começa assim: sem censura, com diálogos - meus com outros personagens, mas o diálogo, em geral, criado por mim - com conversa com outros, com imagens - quem sabe? - com tudo que eu quiser e repito: o que EU quiser.